Rafaela Pio

Neste blog estão textos de minha autoria e outros que me chamaram a atenção.

7.3.11

Mulheres poderão tirar CPF de graça entre 4ª e 6ª feira

A Caixa Econômica Federal vai oferecer às mulheres, entre quarta e sexta-feira, serviço de inscrição gratuita no Cadastro de Pessoa Física (CPF), em todas as agências do banco. A iniciativa faz parte de comemoração ao Dia Internacional da Mulher, festejado amanhã.

Segundo a Caixa, o objetivo é possibilitar a inclusão das mulheres às políticas públicas do governo federal: Programa Fome Zero, Bolsa Família e o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), além de facilitar o acesso à inclusão bancária e ao microcrédito. As informações são da Agência Brasil.

(Fonte: A Tarde online)

18.1.10

Balanço 2009

O primeiro ano do mandato de Eduardo Alencar em Simões Filho sugere otimismo.
Pode-se ver nas ruas a ação de algumas secretarias que já começaram a por as mãos na massa. Isto é bom. As principais ruas sinalizadas, higienizadas, cuidadas; o sistema de transporte parece estar ganhando a tão esperada ordem; o anexo do hospital municipal aumentou o número de serviços oferecidos etc...
Mas o trabalho deve continuar.
Simões Filho ainda precisa de muitas coisas. E para isto é preciso que o trabalho continue.
E não se esqueça prefeito, por favor, dos bairros periféricos; afinal, não só do centro é feito um município.

11.1.07

Conhecer para filosofar. Filosofar para sistematizar.

(Rafaela Pio)

Ao analisar-se as definições de filosofia, sistemas e conhecimento, nota-se que há uma grande ligação entre ambos.

O conceito do primeiro está intimamente relacionado à definição de conhecimento. Este, por sua vez, num círculo intrínseco, é um importante pilar de desenvolvimento dos sistemas sociais.

Aprofundando-se essa inter-relação, nota-se que não existe filosofia sem conhecimento. O próprio vocábulo explicita muita bem essa unidade: filo – “amigo”, “amor”; Sofia- “sabedoria”. Para que um sistema se estabeleça, é necessário que haja uma base sustentadora de suas ideologias; esta é conseqüência do conhecimento.

O caráter “curioso”, interrogativo da filosofia assemelha-se àquele que é um marco para o seu estudo: Sócrates. O estilo socrático de questionar, perguntar, resume perfeitamente o papel da filosofia na sociedade. O mundo é um baú a ser aberto; cabe à filosofia abri-lo, desvendá-lo, levar cada ser humano à reflexão sobre tudo e todos. O Diálogo Socrático mostra a necessidade humana de buscar respostas sem, contudo, apoiar-se em parâmetros pré-estabelecidos,mas fazendo com que as pessoas sejam levadas à reflexão, à busca incessante por respostas.

Correlacionando-se o pensamento heraclitiano à idéia de Sistema, vê-se que na transformação incessante de tudo e todos transparece o seu significado. Cada sociedade é normatizada, segundo modelos ditados pelo Sistema que a “define”. Assim sendo, toda sociedade(gerida por um sistema) está sujeita a transformações, mudanças e até revoluções. Um sistema ideológico, por mais bem apoiado que mostre estar em suas convicções, está propício ao conceito de Heráclito de “nada é”; “tudo está”. Exemplificando: ainda que o mundo pareça estar dominado pelo sistema capitalista, ele não é capitalista, mas, segundo Heráclito, está capitalista. Por menores que sejam as possibilidades de mudança, elas existem.

Quanto ao conhecimento, é interessante “encaixá-lo” na filosofia platônica: o conhecimento pleno de tudo existente só é possível inteligivelmente. O mundo sensível é imperfeito; o inteligível é a plenitude de todo o conhecimento.

Assim, filosofia, conhecimento e sistema são “três faces” de uma mesma moeda.



(O conteúdo deste texto pertence a uma prova de Filosofia , respondida no primeiro semestre da faculdade de Jornalismo - meu curso. Foram feitas algumas alterações como forma de melhorar a sua qualidade.)

23.10.06

SUS: Sua Única Solução?

( Rafaela Pio)
No Brasil, se você quiser cuidar de sua saúde, tem duas opções: ter dinheiro ou ter paciência. A primeira para, sem contratempos, pagar os procedimentos médicos de que necessita. A segunda para esperar, esperar e esperar. Até ser atendido ou, azaradamente, morrer na fila. Qual você prefere?
Eu, sem dúvida, a primeira alternativa. O meu bolso,coitado- por livre e espontânea pressão, é obrigado a optar pela mais dramática. Isso porque, como a grande maioria desse Brasilzão, não possuo condições financeiras para cuidar de minha saúde.
Dia desses, necessitava marcar uma consulta ao neurologista (já estou doida com este país!) e me arrisquei a sair de casa por volta das 4:30 min da manhã. Ao chegar ao hospital, quase infartei ao ver o tamanho da fila (lembrando que eu cheguei cedo), mas como já estava ali, fazer o quê?! “Para minha sorte”, era início de inverno e clima estava ótimo (para congelar, é claro). Consegui marcar a consulta, porém teria de esperar um pouco mais para ser atendida. Pouquíssimo tempo. Coisa de duas semanas.
Mas, não sei se porque sou azarada um pouco acima da média nacional ou se o SUS estava brincando comigo e com as cerca de cinqüenta pessoas que naquela madrugada de inverno aguardavam ansiosamente por uma consulta básica, o pior estava por vir. O médico não havia ido. Significava que todas as consultas seriam remarcadas e nós, desocupados (os responsáveis por esta falta de respeito devem pensar assim), deveríamos retornar em uma outra data, se quiséssemos ser atendidos.
É época de eleição. Se os políticos cumprissem tudo o que estão prometendo, seria o fim da nossa preocupação a respeito da precariedade do sistema de saúde pública brasileiro.
O povo desfrutaria de total qualidade de vida, tendo os seus direitos básicos como saúde, educação, moradia, segurança, saneamento, no mínimo, respeitados.Todavia, os políticos acham que vivemos de promessas. Alguém aí está satisfeito? Se as promessas deles fossem dinheiro, nós os eleitores já estaríamos milionários. Contrariamente, a verba pública é desviada sem escrúpulos.
Outra vez, estando eu novamente em uma fila (outra consulta), deparei-me com algumas mulheres reclamando do descaso e desrespeito aos cidadãos do município onde moro, Simões Filho-BA.
Sarcasticamente, perguntei a uma delas em quem ela havia votado na última eleição. Sem graça, respondeu que votara no atual prefeito (não convém citar o nome). Diante de sua resposta, deixei que o meu silêncio fizesse-a refletir.
Chorar o leite derramado é desperdiçar lágrimas. Votar e arrepender-se é perder o voto e, junto com ele, a oportunidade de melhorar a situação.
Realismo ou pessimismo, não sei, a realidade social só tende a piorar.
A corrupção é mal deste mundo e, juntamente, suas vis conseqüências: desrespeito, violência, perversão.
Como consolo, espero que só uma coisa resista a tudo isto: a nossa saúde mental. Porque de médico, num país onde a saúde pública é tão precária, é necessário ter um pouco. Mas de louco, é pressão demais para um povo abarrotado de problemas e dificuldades.



29.8.06

Tinha que ser o jeitinho...

(Rafaela Pio)


No Brasil, em meio a tantas denúncias, escândalos, acusações e outras barbaridades, o brasileiro tende, incessantemente, a recorrer a uma arma que lhe é muito peculiar.
“Não vi”, “não falei”, “não ouvi”, despontam como as frases que constantemente enfeitam o vocabulário desse povo que, obrigado a sobreviver neste grande lamaçal de corrupção e improbidade administrativa, enraizado há muito tempo aqui, tenta encontrar uma saída para esta situação deplorável.
A desonestidade, revelada principalmente no cenário político brasileiro, mostra-se tão intrínseca à realidade deste país que, infelizmente, faz surgir nas pessoas um sentimento de comodismo, uma certa adaptação a tudo isso.
A todo instante, os veículos de comunicação, que deveriam auxiliar as pessoas na busca de uma “verdade” dos fatos, bombardeia-as, inescrupulosamente, com um amontoado de notícias, desconectadas, fragmentadas, esquecendo-se de se preocupar com um caráter imprescindível da questão: o contexto dos acontecimentos.
Há um ditado que diz: “Tudo em excesso faz mal”. Com a informação não é diferente.
A partir do momento em que a imprensa descontextualiza as informações que apresenta, mostrando inúmeros fatos relacionados a determinado assunto, sem estabelecer um nexo com a realidade em discussão, apenas serve para confundir a cabeça de seus receptores.
Sobra informação, falta interpretação. Isso sem falar na omissão de aspectos fundamentais. Assim, quando os veículos não exageram, omitem. No final, quem perde com tamanha desatenção ou proposital falta de respeito são aqueles que dependem das fontes de informação, ou seja, todas as pessoas. No presente século, viver desinformado é como vegetar,simplesmente.
E, assim, no meio de tantas informações, esquece-se do principal. As eleições estão às portas. O cidadão brasileiro passa a procurar o culpado por tanta bagunça na "pátria amada, idolatrada" , para não cometer o mesmo erro (ou maior) de votar na pessoa errada; de desperdiçar o seu valioso instrumento de defesa da democracia: o voto.
Finalmente, é achado o bode expiatório. Quem? Como de praxe, o famoso jeitinho brasileiro. Tem jeito?

4.5.06

Preferia o país da educação


Rafaela Pio
Copa do mundo chegando e, como acontece a cada quatro anos, no Brasil é uma agitação só. O comércio lucra cada vez mais: é camisa da seleção pra cá, boné verde-e-amarelo pra lá... E os negociantes enchendo os bolsos.
Mas você já parou pra pensar no quanto seria produtivo se o nosso país voltasse toda a sua atenção(ou parte significante dela) para algo bem mais importante como,por exemplo, a educação de seu povo? De que adianta carregar o título de ¨ o país do futebol” se o seu povo sequer domina a língua que fala?
Minha crítica ao futebol não é simplesmente por eu odiar ver “um monte de babacas correndo atrás de uma bola”(se bem que eu bato um babinha de vez em quando).Esporte é fundamental. Mas a educação não pode ser deixada em segundo plano.
Quando um país prioriza outras coisas, em vez da educação,está adiantando a sua ruína. Pode parecer exagero.Mas não é. Por que você acha que os EUA,por exemplo, é o país mais desenvolvido do mundo? Precisa responder?
Toda nação que possui o desejo de progredir tem que,em primeiro lugar, valorizar a educação.O Brasil valoriza tanto que um gari(não menosprezando a profissão) recebe mais que certos professores.
Só pra efeito de comparação e pra não sair do ritmo de Copa do Mundo,o brasileiro(com raras exceções) fala,pensa,sonha,joga,respira futebol.E nem adianta justificar por ser época de Copa. A diferença é que o ¨bafafá” aumenta. Não seria mais útil,no mínimo, pensar em como melhorar a qualidade de ensino,principalmente o público, no Brasil?
Francamente,se o brasileiro desviasse a atenção que dedica ao futebol para solucionar,ou pelo menos, amenizar o grande impasse de sua educação, com certeza, a qualidade de vida iria aumentar, o seu povo se tornaria mais consciente do papel transformador que lhe cabe, a ordem(no sistema educacional) geraria o progresso.
Mas pode você se perguntar:¨E o que eu tenho a ver com isso¨? E eu respondo:¨Muita coisa¨. Juntos poderemos fazer a diferença. Lembra-se do comercial: ¨Sou brasileiro e não desisto nunca¨? Pois é, então, antes de pegar o controle remoto para assistir a um jogo na próxima tarde de domingo, pense nisso
!

15.4.06

"Texto da Semana":Um depoimento muito inteligente.Já fazia um tempinho.


Já fazia um tempinho.

Depoimento Emocionado de Luiz Fernando Veríssimo sobre sua experiência com as drogas.

"Tudo começou quando eu tinha uns 14 anos e um amigo chegou com aquele papo de "experimenta, depois quando você quiser é só parar... e eu fui na dele.

Primeiro ele me ofereceu coisa leve, disse que era de "raiz", da terra, que não fazia mal, e me deu um inofensivo disco do Chitãozinho e Xororó e em seguida um do "Leandro e Leonardo".

Achei legal, uma coisa bem brasileira; mas a parada foi ficando mais pesada, o consumo cada vez mais freqüente, comecei a chamar todo mundo de "amigo" e acabei comprando pela primeira vez.

Lembro que cheguei na loja e pedi: - Me dá um Cd do Zezé de Camargo e Luciano. Era o principio de tudo! Logo resolvi experimentar algo diferente e ele me ofereceu um Cd de Axé. Ele dizia que era para relaxar; sabe, coisa leve... Banda Eva, Cheiro de Amor, Netinho, etc.

Com o tempo, meu amigo foi me oferecendo coisas piores. É o Tchan, Companhia do Pagode, Asa de Águia e muito mais. Após o uso contínuo eu já não queria saber de coisas leves, eu queria algo mais pesado, mais desafiador, que me fizesse mexer os quadris como eu nunca havia mexido antes, então, meu amigo me deu o que eu queria, um Cd do Harmonia do Samba.

Minha bunda passou a ser o centro da minha vida, razão do meu existir. Eu pensava só nesta parte do corpo, respirava por ela, vivia por ela! Mas, depois de muito tempo de consumo, a droga perde efeito, e você começa a querer cada vez mais, mais, mais... Comecei a freqüentar o submundo e correr atrás das paradas. Foi a partir dai que começou a minha decadência. Fui ao show e ao encontro dos grupos Karametade e Só Pra Contrariar, e até comprei a Caras que tinha o Rodriguinho na capa. Quando dei por mim já estava com o cabelo pintado de loiro, minha mão tinha crescido muito em função do pandeiro, meus polegares já não se mexiam por eu passar o tempo todo fazendo sinais de positivo.

Não deu outra: entrei para um grupo de pagode. Enquanto vários outros viciados cantavam uma música que não dizia nada, eu e mais outros 12 infelizes dançávamos alguns passinhos ensaiados, sorriamos e fazíamos sinais combinados.

Lembro-me de um dia quando entrei nas lojas Americanas e pedi a Coletânea As Melhores do Molejão. Foi terrível!! Eu já não pensava mais!! Meu senso crítico havia sido dissolvido pelas rimas miseráveis e letras pouco arrojadas. Meu cérebro estava travado, não pensava em mais nada. Mas a fase negra ainda estava por vir. Cheguei ao fundo do poço ao limiar da condição humana, quando comecei a escutar popozudas, bondes, tigrões, motinhas e tapinhas.

Comecei a ter delírios, a dizer coisas sem sentido. Quando saia a noite para as festas pedia tapas na cara e fazia gestos obscenos. Fui cercado por outros drogados, usuários das drogas mais estranhas que queriam me mostrar o caminho das pedras... Minha fraqueza era tanta que estive próximo de sucumbir aos radicais e ser dominado pela droga mais poderosa do mercado:

a droga limpa. Hoje estou internado em uma clínica. Meus verdadeiros amigos fizeram a única coisa que poderiam ter feito por mim. Meu tratamento está sendo muito duro: doses cavalares de Rock Progressivo, MPB e Blues. Mas o médico falou que talvez tenha de recorrer ao Jazz, e até mesmo a Mozart e Bach. Queria aproveitar a oportunidade e aconselhar as pessoas a não se entregarem a esse tipo de droga. Os traficantes só pensam no dinheiro. Eles não se preocupam com a sua saúde, por isso tapam a visão para as coisas boas e te oferecem drogas. Se você não reagir, vai acabar drogado: alienado, inculto, manobrável, consumível, descartável, distante; vai perder as referências e definhar mentalmente.

Em vez de encher a cabeça com porcaria, pratique esporte, na dúvida, se não puder distinguir o que é droga ou não, faça o seguinte:

- *Não ligue a TV no domingo a tarde;

*Não escute nada que venha de Goiânia ou do interior de São Paulo;

- *Não entre em carros com adesivos "Fui.....";

*Se te oferecerem um Cd procure saber se o indivíduo foi ao programa da Hebe, do Faustão ou ao Sabadão do Gugu;

- *Mulheres gritando histericamente é outro indício;

- *Não compre um Cd que tenha mais de seis pessoas na capa;

- * Não vá em shows de forró no Parque de Exposições da Bahia.

-*Não vá a shows em que os suspeitos façam passos ensaiados;

*Não compre nenhum Cd em que a capa tenha nuvens ao fundo; *Não compre nenhum Cd que tenha vendido mais de um milhão de cópias no Brasil; *Não escute nada que o autor não consiga uma concordância verbal mínima.

Mas principalmente, duvide de tudo e de todos.

A vida é bela.

Eu sei que você consegue!!!

Diga não as drogas!"

Luiz Fernando Veríssimo

* CUIDADO com as novas drogas do mercado "PSIRICO" ," O ARROCHA ", extremamente contagiosa e prejudicial à sua saúde mental. Proteja-se.

"Interessantes"